sábado, 2 de abril de 2022

Queria ter a liberdade na ponta das asas e o teu sabor decorado na minha língua

Ser domingo no seu sofá e o ar quente do café que você idolatra

te chamo pra estrada dos meus passos

você está pronto pra estar em lugar nenhum?

Quero você me descobrindo nas minhas certezas 

 e que as próximas curvas sejam novidades incertas 

e que vivamos a calmaria de uma vida cheia de adrenalina


sexta-feira, 1 de abril de 2022

 Volto a escrever de vez em quando nesse blog meio abandonado. Queria ter um diário ilustrado, mas não tenho disciplina nem tempo. Às vezes crio na minha cabeça o desenho e "salvo na nuvem" da memória kkkk Enfim, hoje quis escrever. por sentir uma angústia que não sabia o que fazer com ela. Quando escrevo, consigo me acalmar um pouco. Antônio (meu filho de 2 anos) acaba de ir dormir depois de um dia cheio de brincadeiras e descobertas. Hoje ele foi dormir cedo e me vi pensando no que faria nesse tempo ocioso. Vi a casa bagunçada, lembrei que tinha que deixar feijão de molho, descongelar a carne pro almoço de amanhã, pegar a roupa no varal... tanta coisa... mas decidi tentar fazer qualquer coisa que não fosse uma responsabilidade da vida adulta. Então fui jogar candy crush enquanto escutava minhas músicas preferidas. Percebi que desde mais nova penso sempre nas minhas obrigações e não tinha muito tempo pra ficar parada, tranquila, escutando música, sem pensar em nada. Percebi que a vida do meu filho pode ser mais bem vivida que a minha e me deu uma felicidade e tranquilidade enormes. Aí pensei "vou me cuidar ao máximo pra viver muito e acompanhar esse ser humano descobrindo e curtindo o mundo". E aí comecei a ter medo de não conseguir cuidar bem da minha saúde. De ter problemas piores com a minha diabetes... Descobri esse ano que sou diabética. E a parte mais difícil tem sido lidar comigo mesma. é um mundo novo e sombrio por enquanto. Cada dia aprendo algo diferente que me faz preocupar mais e ter mais cuidados. Eu só tinha uma leve idéia do que era a Diabetes. Agora que sou diabética, vejo o quão complexa que é essa doença. Tem dias que são tranquilos. Mas tem dias em que me sinto exausta de cuidar de mim mesma e de ter que pensar o tempo todo na dieta e nos cuidados, etc. E tem os dias em que sinto medo. Medo de ir cedo demais e deixar o Antônio. Medo de piorar muito. E agora, escrevendo e relendo, percebo o quanto a ansiedade ainda me dá rasteira. Ainda tenho muito o que aprender sobre mim mesma e sei que não dá pra ficar preocupada com o futuro. Tenho agora que parar um pouco, respirar fundo algumas vezes e analisar tudo o que está acontecendo de bom na minha vida. E entender e aceitar as coisas difíceis também. 

segunda-feira, 30 de março de 2020

Tento-me a resistir 
Desafio- me à normalidade 
Obrigo-me a não desejar, 
a não saltar, 
não estar, 
não ser, 
não parecer, 
não.
Mas peço- me que não deixe morrer os cabelos ao vento, 
as palavras quase não ditas, 
os pés descalços, 
o olhar atrevido 
e a voz impetuosa.
E luto em sonhos pela liberdade

sexta-feira, 20 de março de 2020

Silêncio

Alguns cães latindo bem distantes 
Um motoboy entregando pizza de madrugada
Um vizinho assistindo filme de ação na sala escura
O ronco de alguém 
O estalo da minha geladeira 
Uma goteira não sei de onde
Um pernilongo 
Meus pensamentos inquietos
Meu isqueiro 
Um suspiro 

quarta-feira, 7 de março de 2018

Dessa vez o silêncio do quarto estava diferente...
Tinha um vazio repleto de lembranças
Às três da manhã eu só ouvia meu próprio suspiro e indagações que saltavam de dentro pra fora em forma de pequenos sorrisos
Sempre tentei ignorar o silêncio vazio da noite
Dessa vez, sentia minha alma gritar por mais experiências ao seu lado.
Embora você não estivesse comigo naquele exato momento, eu te sentia presente o tempo todo..
Como se minha pele tivesse viciado no toque das suas mãos em cada centímetro do meu corpo.
Queria te ver de novo como há muito tempo não quis
Ontem você me disse que nunca teve tanta certeza..
Eu sou sempre tão cheia de dúvidas que pensei mais uma vez e meia só pra garantir toda a certeza que eu também senti.
hoje quero cada segundo de ter você por inteiro.
Quero ser sua eternidade de algumas horas
Vamos juntos esquecer percalços e obrigações
Quero ser todas as suas manhãs ensolaradas
Pra que você seja todas as noites ardentes

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Eu acho que te vi...
Vindo em minha direção, entre toda a confusão de uma cidade cinzenta.
Tentei acelerar o passo tanto quanto cada salto que dava meu coração.
Prendi a respiração para parecer sóbria de você
Tentei um olhar vago de quem está apenas passando por ali
Você passou perto demais e o arrepio foi inevitável.
Seu perfume atacou em cheio minhas memórias e me bagunçou por dentro.
Não pude me recordar dos fins...
Estive presente em cada segundo daquele breve momento.
O perfume se foi, e talvez tenha sido a última vez que estive tão perto de você. 
Recobrei meus sentidos, e fiz a promessa de que isso tudo era resquício de uma ressaca amorosa. 
Uma bebedeira mal sucedida, que meu cérebro insistia em relembrar apenas sabores de serotonina.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Eu sou a voz que você quer calar. 
Eu sou um sussurro na madrugada. 
Eu sou a lágrima que vem com sorriso. 
Eu sou a voz abafada e escondida. 
Sou um pedido de socorro, sou estrada sem fim. 
Um suplício de liberdade. Sou espaço infinito... a linha tênue entre amor e ódio. 
Sou o primeiro gorjeio matutino. 
Sou a força escondida de heróis distantes. 
Talvez eu seja o último suspiro. 
Ou as últimas palavras.

Sou as asas de um pássaro que ganhou as nuvens pela primeira vez.

Brenda Furtado

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Eu era pó antes de toda aquela ventania.
Eu estava só e assim estaria.
Estava lá sem saber que aqui é meu lugar.
Antes de mudar a rota, eu tinha um esconderijo.
Fui poeira, querendo ser grão de areia; querendo ser gota e semente.
A ventania veio e eu quis espiar pra onde me levaria.
Me deixei levar.
Virei brisa até pousar
No mar
Virei imensidão...

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Cheguei na janela com passos pesados e ombros arqueados. Um braço no parapeito para me apoiar do peso do mundo que carrego nas costas. Senti o vento frio no rosto. Vi minha alma na janela em frente à minha. Ela me observava de volta, em silêncio, apenas balançou a cabeça desgostosa da figura que via. 
E eu sabia que lá vinha bronca... "o que você fez com toda a vida que te proporcionei? Você quis cuidar do mundo e não deixou ser cuidada. Teve medo dos próprios paradoxos. Covarde. Ofereceu tanto amor e não se achava digna de receber retorno... agora não o tem. Não teve coragem de olhar para si mesma para consertar os próprios abismos. Agora não sabe lidar com a dor acumulada e ignorada por tantos anos. Nas gavetas, cartas não entregues, amores não declarados, momentos desencontrados. E agora? Te resta saúde? Quanto tempo de vida? Fez o possível e o inalcançável pelos outros. E agora? Tem alguém tão perto que consiga te alcançar? Você agora está acompanhada apenas de seus monstros e pesadelos."
Dei uma olhadinha pra trás e lá estavam eles em fila organizada, esperando ansiosos pra que eu pudesse resolver tudo com cada um e mandá-los embora pra sempre. A dor de ter que vê-los ali... foi rasgante. Vou aos poucos tentando resolver as coisas com cada um... alguns monstros não vão embora... mas eles mudam de forma quando converso com eles, e vou aprendendo a conviver com cada um sem que me doa tanto. 
Comecei a me sentir mais leve pra me conhecer e ser feliz. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Às vezes olho em volta e sinto que não sou igual as pessoas que vejo. Que não pertenço a esse mundo; que não tenho os mesmos desejos e ambições.
Olho em volta e me sinto tão desconfortável... e com uma preguiça enorme de interagir, de tentar fazer parte. Sinto que faço tudo programado igual a todo mundo, pra poder ter dinheiro pra morar num lugar, pra comer, etc.
Mas se eu descobrisse um lugar e uma outra maneira, eu iria correndo, sem nem olhar pra trás, sem nem sentir falta.

Queria ter a liberdade na ponta das asas e o teu sabor decorado na minha língua Ser domingo no seu sofá e o ar quente do café que você idola...